quinta-feira, 22 de outubro de 2009

Prôemio Marginal: Gillian e a perda de tempo

É hoje; os copos caem como folhas e as folhas envelhecem como whisky. E a mudança repentina causa enjôo de sabor avelã, pois o leite estragou do dia pra noite e os morcegos chupadores de sangue resolveram chupar sangue. Enquanto isso, no ontem; os carros, as estradas, as pessoas e a rotina de todos os extraterrestres, se mantêm no mesmo de sempre; incomparável e incompatível ao nascer do sol.
Ele teve seus últimos cinco dias marcados por mudanças de humor causadas por sensações de dejavu constantes. Mesmo assim, conteve seu prólogo diário, que basicamente se resumia em: casa para o trabalho e, trabalho para casa. O ponto de partida, no subúrbio, é rodeado de outras casas que (evidentemente) também ficam no subúrbio. É pequeno, sujo e mal arejado. Tem apenas um quarto, mas que serve (logicamente) para apenas um morador (que geralmente não pára em casa). O trabalho desse cara é uma bosta! (Pior do que a casa ou qualquer outra coisa em sua vida). Nele, ele tem a difícil função de ser recepcionista interno, ou seja, atender as exigências dos próprios companheiros de trabalho, o que; geralmente são muitas (por serem mútuas). Entretanto, devido as suas visões extra-sensoriais, pensa passar a predizer o que os outros dizem. O problema é que, os xingamentos e ofensas, que antes engolira e ficavam sem respostas, não se mantiveram sem respostas. A universalidade do pensamento foi destroçada pelas visões deste, que as usou a seu favor. Por isso foi despedido. Voltou para a merda da sua casa e quase que se cansou de ficar olhando o teto sujo e cheio de teias de aranhas.
[A palavra repele o pensamento; que dispensa a subjetividade; que faz a merda continuar em sentido ao ventilador].
Por tudo isso, essa é uma simples história.

Um comentário:

Barbara disse...

Não, não é tão simples história.
Você foi no imaginário de tantos que se identificarão ao lê-la.
Por isso nem tão imaginária...