sábado, 24 de outubro de 2020

Caminhando ao calor do sol enquanto carrego uma trouxa de peso nas costas eu paro embaixo da sombra de um Pinheiro e fico todo sujo de merda (de sereia?).

Amar é desgosto puro

Mentira doce que nem veneno

Pois, até mesmo quem disse que te ama, deixa de te amar

e você?

Que pra começo de conversa não queria dizer nada

que antes disso estava bem com a ideia de morrer só

Acaba empapado com todas as palavras da conversa

com toda a culpa

farto da estória de mais de um dos lados

condenado a viver acompanhado pela imagem de Ser mais um trouxa

falando sozinho e mordendo a língua com gosto de porra

e, até mesmo, voltando a desejar ter estudado muito mais pra ter sido capaz de ter construído a máquina do tempo

Você,

que lutou tanto pra não se apegar a mais nada desse jeito meloso e babaca

não verá mais nada a não ser essa sensação de frustração, de ter sido engolido e enganado...

 

Amor é isso
Um jogo!
Algo que se diz e que não se deve sentir
Um belo papel de idiota na primeira pessoa.


Al. ArZ *FY*

sexta-feira, 13 de janeiro de 2017

The Supernatural Lovers


Eu amo você.
mas

Eu o amo do jeito que as sereias fazem amor...
 E é por que com elas,
só se vive de esfregão.

Nade comigo e  sereias seremos  todos os dias
Que tal ?: 
"The Supernatural Lovers" ?
 E assim  continuar  sem cansar  da vida 
de  esfregar a verdade 
até o fim de nossa insana sanidade.

Todos fazem  igual , 
e todos  acham-se  o tal
O que nos une é o mesmo que nos distingue 
do normal .


Agarra-me logo pela  mão
E  então seremos sereias de outra...
dimensão
Desmitificando tudo o que elogiavam
Na importunosa realidade !
E assim
juntos viveremos , a vida da verdade.

Voltando com os esfregões :
Nem todos são proferidos com os coracões
Tem aqueles que  rolam no caos 
De quando encontramos nossas  falsas paixões ...

Já o esfregão com vontade,
É a perfeição ,
é a  curiosidade de quem vive de santidade  .
Digo isso por que   por muitas vezes
ESTES
formaram   o único prefácio que escrevemos
 com nossa doce ilusão 
chamada  liberdade .

Então eu desejo
que nosso beijo sejam o eterno canto das sereias; 
um  sincero esfregão..
Todos encerrados com o novo sentimento que lançamos  ao mundo :
Os AMAssões

 Arda em mim
com o mesmo fogo que lhe apaguei em lentos segundos
durante as chuvas de verão .



Silvana Pinheiro 





terça-feira, 18 de outubro de 2016

DESEJO AUSENTE


Quero engolir o que tens a me oferecer
Quero sujar-me
Quando nele escorrer..
O desejo que a boca sente é o mesmo da minha mente quente
Na língua tenho tudo:
Tudo ausente
Resta aos miolos , sem limite
Para que solitária eu invente .

O lápis a mão quer largar
Para que com os dedos eu possa me ..

                Toc                                                                                                ar
                                                                   AH!
             Goz                                                                                             ar

sábado, 27 de agosto de 2016

Amor semântico

Na cama.

-Amor, soca!
-Soca? Não existe resto de comida aqui.
-Seu bobo, vamos, fica pelado.
-Como assim?
-Vai tira a cueca logo.
-Espera um minuto.

(Silêncio).

-Por que tu pronunciastes sempre errado?
-Ann!?
-Primeiro tu falaste “fica pelado”, só estamos em dois aqui. A não ser que vós tenhais outro…
-Que outro?
-Tu falaste em terceira pessoa. E depois “tira a cueca”, novamente em terceira pessoa. Tu não me amas...
-Como assim? Do que você está falando?
-Vossos erros de pronuncia.
-Você vai liga para isso?
-É “Isto!”, não “isso”. E como não vou ligar? Isto é um defeito de vossa família. Sua mãe me dissestes “Trate ela bem, e ela 'amara' você. Me digas, conhecemo-nos no passado do passado? Para ela falar isto? Amará! Ouviste bem? Amará!
-Eu não estou acreditando, vou ir embora!
-Estás vendo! “Vou ir”, vós pronunciastes o mesmo verbo duas vezes! Duas! No presente e no futuro.

(Ela levanta, se veste, junta as roupas, e pega o telefone indo em direção a porta).

-Espera!
-O que você quer, senhor português?
-O viagra fez efeito, pega a camisinha na gaveta.

segunda-feira, 22 de agosto de 2016

Adultério Olímpico

 Trair a esposa é um esporte. Isto tem todos os requisitos do mesmo: primeiro o tiro. Você precisa ser silencioso e sutil, como um caçador bêbado de veados do Arkansas. Ficar quieto empunhar a “pistola” e dar o “tiro”, e matar a “presa” na bunda. Outro requisito é velocidade, se você for rápido suficiente, chegará em casa a tempo, superando as marcas de qualquer mulato ou preto maratonista. E ainda vai dizer que o trabalho estava cansativo e o trânsito, um caos.


 Diferente dos outros esportes, tens que ter mais habilidades possíveis. Saber nadar caso, à sua amante tenha um marido furioso, e a casa deles se localize bem a beira de um rio (que as piranhas permaneçam na cama). E não deve ter a precocidade de um jogador de xadrez por tempo (aqueles que batem no relógio feitos loucos), caso tiver é um perdedor, não aguentar cinco minutos? Perdedor.

 Habilidades psíquicas também são importantes aqui. Uma graduação em psicologia pode fazer toda a diferença e lhe dar vantagens sobre aquela que você jurou amor eterno… até 100cm de nádegas, rebolando por ai. A especialização ideal: psicologia reversa: “amor você me levou a isso, não me dava carinho”, “eu estava errado”, “agi por impulso”.


 Em relação aos prêmios, medalha de ouro para o que conseguir ocultar mais amantes da esposa, prata e bronze, para o segundo e terceiro, consequentemente. Uma lenda deste esporte: aquele que se deita ao lado da sua esposa. Esteve em atividade de 1970 até 1982. Ganhou 5 medalhas em menos de cinco meses, e ainda bateu recordes. Como “corrida do marido armado”, “ménage à trois interracial”. E a condecoração solene “Perdoe-me amor”. De fato ele virou uma lenda.


 Pagar putas é uma contrarregra. É quando você assume-se incapaz de conseguir competir por excelência própria. O resultado disto: o banimento do comitê olímpico, preestabelecido por qualquer quinteto de amigos, que se encontram em uma singela mesa de bar. A tocha, um litrão.




 Para competir, é simples, basta ser homem, e pronto. A quantidade de riquezas acumuladas, não importa. A prole que tem, não importa. Competir aqui é uma arte secreta, uma incalculavel arte que não se realiza com facilidade ou então pode ser pego em anti-doping. Apaixonar-se não vale, foder é o que realmente importa.

sábado, 30 de julho de 2016

Orgasmo Sintético


Acho que já havia passado o meio dia quando levantei. Como de costume, me perguntei qual dia da semana era: “terça, talvez?”, por sequência respondendo em voz alta o mesmo de sempre:

- Que se foda!

A minha bebedeira tinha diminuído um pouco, mas eu ainda fumava cigarros o suficiente para acordar atordoado, tonto e fedido. Eu pensava que fumava bastante só porque bebia demais; coisas que os outros nos dizem em dias de ressaca, isso nunca fez sentido. Sempre fumei demais mesmo. O cigarro era uma espécie de lábio que se atrelava ao meu nos momentos de solidão, um torpor desgraçado de poucos minutos que gostava de me usar também, me acordando no meio da noite na cama, no sofá, na rua ou de frente as igrejas; em qualquer hora e lugar lá ele estava: doce e amargo, um sútil e cinzento gosto de vingança contra minha natureza.

Acho que já fumei cem milhões de cigarros. Não sou daqueles que conta as butucas, os litros de gasolina ou o número de mulheres com quem se deitou. É uma alucinação tola criar uma média dos limites só pra ter um pouco mais de segurança. Se os cigarros estavam no fim era só comprar mais, caso a gasolina acabasse: ‘voilà’, tinha meu par de pernas pra terminar o caminho, e, quando as mulheres não liberavam o ‘dote’, eu usava minhas mãos pra terminar o ‘serviço’. No final das contas, a vida não me era tão complicada assim.

Mas, algumas exceções haviam surgido. Eu estava bebendo menos, como já disse, pois estava num novo barato que me deixava tranquilo e sem vontade de encher a cara ao me deparar com o calendário, afinal. Tinha conseguido, com uma amiga farmacêutica, uma quantidade significativa de metadona em comprimidos. Diziam, em algum lugar que não me recordo, de que essa droga superava até mesmo o uso da heroína, no quesito prazer e, como não sou fã de agulhas e de picadas nem de insetos, cai de cabeça nessa válvula de escape.

Nos primeiros dias de uso, era, realmente, um paraíso. Abatia-se sobre mim uma letargia quase mortal, só que controlável. Eu não sentia fome e nem vontade de sair arrumar encrenca com rabos de saia, parecia que tudo o que eu precisava estava na minha imaginação. E isso durou um bom tempo. De cinco em cinco miligramas eu não vi alguns meses se passarem, até o momento em que eu precisei de mais e não tive.

Sem boletas disponíveis, acho que, sem brincadeira, por algumas longas semanas eu senti as dores do parto em todo o corpo e devo ter suado feito um cavalo dos filmes de velho oeste. Reaprender a beber e a continuar minha vida sem aquele ‘orgasmo sintético’ demorou uma eternidade. Provavelmente, foi a versão mais ‘junk’ de mim que joguei no lixo do passado. Mas, como o tempo teima em rodopiar:

- Que se foda!



A.A>

quarta-feira, 27 de julho de 2016

A dor alheia é indigesta.

Uma mensagem me tirou do sono forçado, não havia deixado o celular no modo silencioso porque esperava, na mais burra esperança, a resposta do meu futuro ex dizendo que morreríamos juntos, mas dele não havia nada e sim da Lara.
Com a esperança esmagada e um novo rancor pensei em ignorar o mundo e chorar por mim, mas logo me senti um tanto cruel; fora ela, a pessoa com um espírito de doação como não se pode copiar que sofreu cada perda, cada rompimento e gozou de cada alegria que eu tive na vida. Por alguma razão eu nunca consegui retribuir com a mesma sinceridade, embora fingisse bem, pois o gesto faz o seu papel quando o coração é negligente.

Depois de treze anos e dois filhos ela descobriu, que além de uma carreira em comum na publicidade, ela e o marido também partilhavam uma DST (doença sexualmente transmissível). Ambos contraíram Aids e não era só isso, ela "precisava conversar com alguém que fosse capaz de entender sem julgar", Sem nenhuma  vontade, mas cheia de remorso se não o fizesse, decidi ouvir tudo do começo ao fim; eles se conheceram na festa de aniversário do namorado dela de escola, foi amor à primeira vista. Ela estava lá arrumada e perfumada para ser a melhor lembrança daquela noite dos vinte e um anos do cara perfeito que ela conheceu aos dezessete, porém terminou sendo a noite mais traumática já que terminou naquela mesma ocasião alegando
diferenças irreconciliáveis numa relação onde não havia desentendimentos. Bocejei sinceramente. E porque tudo aquilo não era mais amor? Ela estava desesperada, eu quase vomitei com tamanha futilidade. onde já se viu levar a sério uma foda que ela conheceu no aniversário do cara CERTO? E continuou; eu tive que deixar o Felipe porque o Daniel foi tudo o que eu sonhei para mim; "alto, atlético, perverso e bem dotado". Tinha mais é que se foder, concluí, com esses pré-requisitos patéticos. Eu era diferente, queria as pessoas pelo o que elas tinham de bom, mas porque eu tinha me fodido também? Me perguntei isso enquanto analisava a dor dela que não me afetava em nada.
Ela continuou falando dela e eu de mim. Trocamos textos sobre nossas dores e inseguranças pelo resto da  madrugada onde ninguém ouviu ou leu, apenas desabafou. E que melhor entendedor do que um morto? Ninguém.

Porém, mortos costumam também ser insensíveis.